terça-feira, 18 de dezembro de 2012


 
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14/12/2012 19h04 - Atualizado em 14/12/2012 19h05

'EUA fingem que ataque é um caso policial e não político', diz especialista

Para professor da UFRJ, tiroreio em escolas é um fenômeno social.
Facilidade no acesso a armas automáticas facilita ação dos atiradores.

Do G1, em São Paulo
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Garoto é confortado por funcionária da escola (Foto: Michelle McLoughlin/Reuters)Garoto é confortado por funcionária da escola
(Foto: Michelle McLoughlin/Reuters)
Especialistas ouvidos pelo G1 e pela Globo News apontam a facilidade no acesso às armas, vulnerabilidade na segurança das escolas, a falta de políticas públicas para tratar da violência são fatores que levam a incidência de casos como o desta sexta-feira (14), quando um atirador abriu fogo em uma escola infantil na pequena cidade de Newtown, no estado americano de Connecticut. No total, 27 pessoas, a maioria crianças, morreram no ataque. O atirador também morreu.
“Não podemos adivinhar onde uma pessoa profundamente frustrada e magoada vai cometer um crime de massa, mas por análise estatística podemos perceber que nos EUA a escola é o alvo principal e precisa ser protegida”, indica o professor do Instituto de Filosofia e Ciências Sociais (IFCS/UFRJ), Francisco Carlos Teixeira da Silva, em entrevista à Globo News.
Segundo ele, “o estado americano finge que é caso policial e não de políticas públicas”.
“Quando um fato social se repete muitas vezes com o mesmo contorno não pode ser tratado como um caso isolado. Este caso precisa sair da esfera policial e ir para a esfera política. É um fenômeno social que deve ser tratado com políticas públicas.”
O professor indica que o melhor forma de evitar estes ataques é limitar o acesso às armas automáticas. Segundo ele, a cultura americana misturou uma noção deturpada de liberdade e de virilidade (a maioria dos atiradores são jovens do sexo masculino) em torno desses crimes massivos que são cometidos.
Para Bruno Langeani, coordenador do Instituto Sou da Paz, a facilidade de acesso a armas automáticas com pouco controle aumenta muita a letalidade desses ataques. “É muito difícil conseguir antecipar uma pessoa que está com distúrbio mental pratique este atentado”, afirmou ao G1. “O que se consegue evitar com uma lei de controle de armas rígidas é o acesso da pessoa à arma e a letalidade desses ataques. Uma coisa é uma pessoa que vai fazer isso com uma faca, outra coisa é com um rifle semiautomático capaz de disparar vários tiros antes de recarregar.”
Langeani afirmou que a legislação brasileira é mais rigorosa no controle de armas do que a dos Estados Unidos. O coordenador lembrou do ataque na Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, no Rio, no ano passado, quando um atirador matou 12 alunos e feriu outros 10 antes de ser morto. “A legislação brasileira é positiva na questão de estabelecer uma exigência de um atestado psicológico para quem quer comprar arma ou andar armado. Quando foi renovar o certificado de registro a cada três anos tem que apresentar todos os requisitos novamente. Muitas pessoas desenvolver distúrbio psicológico com o tempo.”
Ele destacou ainda que esta semana um projeto de lei foi apresentado na Câmara dos Deputados propondo uma mudança no Estatuto do Desarmamento para a implantação de chips nas armas fabricadas no país e nas importadas. “Isso vai facilitar o rastreamento das armas, identificar e incriminar as pessoas pelos desvios e dificultar a supressão da numeração”, destaca. O projeto tramita em caráter conclusivo e será ainda analisado pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania.
mapa tiroteio connecticut VERSAO 2 14/12 (Foto: 1)